quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Papa faz 79 anos. Francisco é “aquilo que prega, mostrando ternura e proximidade”

17 Dez, 2015 - 07:07 • Aura Miguel
 
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de Dezembro de 1936, filho de emigrantes italianos, e trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus.
                                     
Foto: EPA/Eric Thayer
 
O Papa celebra esta quinta-feira o seu 79 º aniversário. Andrea Torniell, vaticanista italiano do diário “La Stampa” e responsável pelo site “Vatican Insider”, conhece Francisco desde os tempos em que ainda não era Papa.

Da sua relação de amizade com Jorge Mario Bergoglio - em entrevista à Renascença - destaca, sobretudo, a sua atenção a cada pessoa. Várias vezes o acompanhou a pé pelas ruas de Roma e reconhece que Francisco tem saudades dessa “liberdade”. Tornielli garante, no entanto, que agora Bergoglio é mais alegre e extrovertido do que nos tempos em que era cardeal e que o seu dia de aniversário é um dia como outro qualquer.

Como se pode definir a pessoa do Papa?
Um homem que encarna aquilo que prega e é capaz mostrar uma grande ternura e proximidade. É a sua principal característica. É claro que os Papas anteriores também viviam o que pregavam, mas a característica deste é mostrar proximidade para com as pessoas.

Conheceu pessoalmente Bergoglio, antes de ser Papa…
Conheci-o há dez anos, o primeiro encontro foi na Praça de São Pedro. Abordei-o para lhe dar um livro, ele não me conhecia e fiquei impressionado, porque não é sempre que um cardeal se disponibiliza para prestar atenção a um desconhecido. Ele ouviu-me, aceitou o livro, agradeceu-me muito e depois escreveu-me de novo a agradecer. Voltei a encontrá-lo várias vezes em casa de amigos, já era assim como é agora, com a sua faceta de padre espiritual, capaz de olhar para a vida da Igreja e ao mesmo para a vida das pessoas. Tal como hoje ainda faz, quando continua a confessar. Percebe-se que o que ele mais gosta é ser padre.

Falta-lhe ter mais contacto com as pessoas?
É difícil pensar que ele possa sair do Vaticano sem ser reconhecido, este é o problema. Faz-lhe falta poder sair sozinho, sem acompanhantes nem escolta, e poder entrar numa igreja, ir comer uma pizza ou fazer a vida que fazia dantes. Ele gostava muito de andar a pé, é difícil imaginar que o pudesse fazer agora, porque todos o reconheceriam.

Mudou alguma coisa, quando passou de Bergoglio a Francisco?
Sim, mudou: brotou dentro dele uma capacidade de sorrir e uma expressividade. Dantes era muito mais contido, era uma pessoa reservada.

Como pensa que vai passar o dia de anos?
Não me parece que ele goste de celebrações, nem de auto-celebrações. Mas será inevitável que, sendo o aniversário do Papa, venha a receber muitas mensagens de parabéns. Mas creio que, para ele, vai ser um dia igual aos outros.

A celebração, no entanto, começou já esta quarta-feira, no final da audiência pública semanal, com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro a cantar os “parabéns”; Francisco recebeu ainda um bolo especial, em forma de “sombrero”, oferecida por uma jornalista em nome do povo mexicano, que o aguarda na visita marcada para Fevereiro de 2016.

Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de Dezembro de 1936, filho de emigrantes italianos, e trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia antes do curso teológico.

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